GÊNERO: Poesia
FORMATO: 14X21 | ANO: 2018
PÁGINAS: 64 | Pólen Bold 90gr
O que Eduardo
sabe como poeta? Coisas que sobressaem à razão, pelo seu caráter profundo,
reflexivo, demandando sua compreensão por meio de um conhecimento singular e
sensível, passivo de se descortinar apenas pelo olhar poético: as nuvens, o
infinito, o Sol de olhos sem pálpebras.
As associações personificadas dos
objetos, dos corpos celestes, de metáforas e transcendentais sentenças ganham
contornos românticos a associarem-se a poesia, “Há quem prefira o outro lado.
Caminho sem volta. Há quem prefira o deserto das palavras. Caminho de morte sem
queda. Sei disso como poeta”.
Nas trajetórias elipses dos objetos
a desenvolvem trajetórias aéreas residem o palco para a revelação do infinito
de Eduardo, intimamente relacionado a sua percepção abrangente, que capta no
avião, nos pássaros e em todas as figuras aerodinâmicos a funcionalidade do
voo, mas também a ameaça sempre presente da queda.
Este tombo, esta ameaça é o destino
de todos, de tudo, até mesmo as estrelas no céu, que parecem enganar a
fragilidade da suspensão, devido à uma gravidade intensa, na verdade revelam o
paradoxo de brilharem aos olhos dos terráqueos, na sina de já não mais
existirem.
Desta maneira, aos que estão embaixo
cabe a contemplação dos céus e das coisas não alcançáveis, mas isto também abre
possibilidades, para que como menino, o poeta empreenda voos rasos e repouse
novamente na terra, na iminência do seu desfalecimento que é tangente a
turbulência do voo prestes a cair. É neste impasse, neste alcance breve do
compartilhar da queda e da turbulência que surgem a poesia, palavras
fragmentadas no esvoaçar da Terra remexida por terremotos e agitações.
Etiquetas: Candeeiro